sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

EDÉZIO MONTEIRO (1957-2010)

Na manhã desta quinta-feira, 23, foi encontrado o corpo do poeta - membro da Academia Esperantinopense de  Letras. As primeiras investigações  apontam para morte por choque elétrico. Edézio Monteiro da Silva foi radialista, secretário de cultura de Esperantinópolis, e era um dos colaboradores do nosso  blog.
ESTAMOS DE LUTO

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O JORNALISTA E O NADADOR - Nilton Lee (Pedreiras - MA)

Ao mar medito errôneo na alvorada
Catalizando forças para nada
Piscina olímpica reluz ao sol
Mergulho, nado, esforço-me pra nada.














Navego em puro stress no Pacífico
Faço yoga, rezo, para nada
Ligo a TV na “Vênus Platinada”
Concentro-me, ou tento, para nada

Ao bom navegador indico o Índico
Ao mau navegador não digo nada
Da Avenida Atlântica olho o Atlântico
- O atleta do Triathlon agora nada

Ao vivo, eu transmito do Mar Morto
“o exame anti-doping deu em nada”
Degelo o gelo quando chego ao Ártico
Num artigo de jornal que não diz nada

Escrevo livre em linhas e entrelinhas
Enquanto o atleta nӇgua mansa nada
Minhas palavras e suas braçadas
Não levam esse mundo para nada.

Ou levam???

SILÊNCIO PARA LARISSA - Joaquim Filho (Pedreiras - MA)

 

 

 

                                          

Não há palavras,
Não há gestos,
Não há poemas...

Discursos,

Também não há.



Nada há de existir
Para consolar o coração
De um jardineiro
Que de forma cruel e trágica.
Viu perecer a sua flor-criança
No jardim da esperança.


Silêncio...!
Ouçamos o canto dos pássaros.
Olhemos para o horizonte.
Partiremos agora da premissa
Que aquela Luz que brilha no infinito
São dos olhos de Larissa.










ESCRAVOCRATA - Edézio Monteiro (Esperantinópolis - MA)

Fui escravo
Sou escravo
Pra que?
Por quê?

Da triste esperança
Da boa esperança
Dos tristes puros
Dos homens
Incultos – incautos

Do saco safado
Do fardo pesado
Dos dias que (nos)
Lhes restam...

Da grana sacana
Que não saca poesia

É a vida
O caminho é longo  e a farda desbotou
Já não tolhem
A livre expressão

Fui, sou
Escravo de tudo e de todos

Avalanche!
Escravocrata – burocrata

Amanhã será um novo dia
Seus merdocratas...

E continuarei escravo
Do meu ego, da minha mente
Do meu coração...

De todas as mulheres
De todos os amores
Que habitam o meu ser!